Tangram é um jogo de origem chinesa, uma espécie de quebra cabeças com sete peças, sete figuras geométricas. O objetivo é formar imagens utilizando todas as peças sem sobrepô-las. Do tradicional quadrado aos mais variados tipos de animais, as possibilidades são imensas.
A primeira vez que me aventurei em uma marchetaria, fui logo em um figura difícil, cheia de detalhes e curvas, o que levou muito tempo até a conclusão. Percebi que linhas retas seriam mais rápidas e fáceis de cortar e garantiriam um resultado melhor. Nesta hora o estalo: lembrei-me do Tangram.
Essa ideia de utilizar o Tangram para compor e me exercitar mais em marchetaria também veio de encontro com outro objetivo que tinha naquele momento: aproveitar as pequenas sobras de laminado de madeira. Comecei a pesquisar, fui experimentando tamanhos e figuras. Selecionei diferentes tipos de madeira que oferecessem uma variedade de cores e tonalidades. Essas madeiras foram cortadas nas peças do jogo e outros pequenos pedaços foram sendo cortados e moldados para se encaixarem no design da figura escolhida.
Desta vez estabeleci as dimensões da base verificando tamanhos usuais de bandeja. A marchetaria foi montada e as peças então foram coladas nas duas faces da base. Para as bordas utilizei novamente perfil de madeira em “L” tingido. As cores do tingimento das bordas procuravam seguir o contraste proposto na marchetaria em si. Após o tempo de secagem, lixamento e aplicação de 2 a 3 demãos de seladora, sucedeu-se a montagem final das bandejas. Cola branca e reforço com pequenos pregos sem cabeça foram os materiais utilizados.
Diz-se que quem tem uma dessas em vez de usar sobre as mesas preferiu pendurá-las na parede.
Após a concepção inicial que levava em consideração as sobras de laminado de madeira, as figuras foram montadas normalmente no tangram, porém encaixadas em um fundo feito em pedaços maiores com dimensão correspondente ao tamanho da base da badeja. Nada que pudesse tirar o charme do produto, mas que proporcionou uma produção mais uniforme, mesmo se tratando de um trabalho artesanal.
Depois da experiência e do sucesso do uso do tangram para compor marchetarias para bandejas, a mesma técnica foi utilizada em outros objetos produzidos posteriormente, como gaveteiros de mesa, suporte para livros entre outros.
Para o tangram, cada forma foi cortada em tamanho adequado e acabada para garantir bordas lisas e ajuste preciso.
As peças de madeira foram então encaixadas na bandeja, seguindo o design estabelecido. Para a marchetaria, isso exigiu paciência e destreza para posicionar cada pedaço no lugar certo. Para o tangram, foi preciso experimentar diferentes arranjos até encontrar uma disposição que fosse esteticamente agradável e funcional.