Cliente C.D.F. é outra coisa, né? A ideia para esse móvel já veio pronta. O cliente morava em um espaço pequeno e precisava de um cooktop para pequenas refeições. Bem, o equipamento ele já tinha, mas faltava onde apoiar. 

Dimensões, cor, itens necessários… Já veio tudo prontinho, inclusive modelado em um programa de computador. Daí foi transformar o projeto idealizado em um projeto de marcenaria.

Na ideia inicial, esse móvel teria as arestas em madeira maciça em uma cor escura, formando uma espécie de gaiola que serviria de estrutura. Fiz então o projeto seguindo essa premissa. Logo de início alertei ao cliente que utilizar madeira maciça poderia encarecer o valor final. Sendo assim, foram feitas duas versões do mesmo móvel e, portanto, dois orçamentos. A diferença foi considerável e o cliente optou por fazer aquele que ficou mais em conta: a madeira maciça saiu e ficou somente o compensado. 

Por se tratar de um móvel que apoiaria um tampo de granito, isto é, uma peça pesada, todas as partes principais do móvel foram feitas com um compensado de maior espessura do que o usual: 20mm. 

Decisões tomadas e compras feitas, o processo de confecção se iniciou. Para acomodar o cooktop, o cliente forneceu informações imprescindíveis, como a dimensão ideal do furo para encaixe do aparelho, bem como a necessidade de aberturas no fundo ou na lateral do móvel, seja para passar fios e mangueiras, seja para garantir uma ventilação de segurança no caso de algum vazamento.

Para a primeira questão, mesmo havendo o tampo de granito, decidimos que este seria duplo, ou seja, haveria um compensando também por baixo da pedra para que o móvel ficasse mais estável e a superfície de apoio também ficasse maior.

Quanto as aberturas para fios, ventilação e etc, escolhemos fazer vários furos redondos no fundo do móvel. Desta forma atenderiam ao recomendado pelo fabricante do cooktop, pois o móvel não ficaria totalmente encostado na parede.

Para acabamento interno, tingimento na cor marfim e seladora. Para o lado de fora, laminado de pet na cor amarela. Dobradiças comuns, fechos magnéticos e rodízios de silicone com freios foram as ferragens escolhidas. Os puxadores foram feitos com sobras de madeira maciça, fazendo assim uma referência ao projeto original.

O tampo em granito foi adquirido e instalado pelo próprio cliente. Também ficou sob sua responsabilidade a instalação do cooktop. Mas coube a nós dois batizarmos o móvel de Bruce Lee, referência direta à clássica roupa amarela e preta que o astro das artes marciais usou no filme “O Jogo da Morte” de 1978. Igualzinho o móvel. rs

Nos projetos de marcenaria, às vezes o valor de algum material ou mesmo uma questão mais técnica pode alterar um pouco aquilo que foi idealizado inicialmente. Nesta hora, a parceria com o cliente é fundamental para encontrarmos novos caminhos e soluções de modo a garantir que seus desejos e necessidades continuem sendo atendidos e, portanto a satisfação seja garantida no final. 

Veja abaixo algumas fotos do projeto: